Introdução
Transformar um simples smartphone em ferramenta de denúncia política é ato de empoderamento. Neste artigo, o autor amador narra como fotografar protestos com celular durante uma ocupação do MTST, mostrando não só técnicas práticas, mas também reflexões sobre o acesso democrático à imagem.
Relato de Campo
Em 2024, durante a ocupação do Conjunto Habitacional Esperança, em São Paulo, o fotógrafo improvisou um rig caseiro para estabilizar o celular. Sem equipamento profissional, ele registrou desde a montagem das barracas até o momento em que lideranças leram manifestos. Cada foto foi batida em modo manual, usando o app de câmera nativo do Android configurado em 24 fps e exposição bloqueada para evitar estourar o céu carregado de fumaça de fogueiras improvisadas.
Dicas Técnicas
Bloqueio de Foco e Exposição: Toque e segure na tela sobre o rosto do orador para travar foco e brilho, garantindo nitidez mesmo em movimentos rápidos.
ISO e Obturador: Selecione ISO entre 400–800 para ambientes internos (barracas) e 100–200 ao ar livre; ajuste o obturador entre 1/60–1/125 s para capturar ação sem borrões.
Uso do HDR Discreto: Habilite HDR apenas em cenas de alto contraste—por exemplo, o estandarte do MTST sob céu claro—para equilibrar sombras sem perder cores.
Estabilização: Utilize um grip ou improvise com elásticos para reduzir tremores; em último caso, encoste o braço em superfícies fixas.
Composição: Aplique a regra dos terços nas falas públicas e registros coletivos, priorizando planos abertos para contextualizar o protesto.
Acesso Democrático à Imagem
O celular permite partilhar instantaneamente imagens em redes sociais e canais independentes como o Acervo MTST ou Mídia NINJA. Essa agilidade amplifica a voz de quem vive a ocupação e contorna a lacuna deixada pela grande mídia.
Conexões Internas
Para técnicas de imagem urbana com smartphone em contextos de arte e política, veja também “Grafite e Resistência: A Fotografia que Revela as Cores das Periferias de SP” (/grafite-e-resistencia-fotografia-periferias).
Conclusão
Fotografar protestos com celular é exercício de cidadania: com poucos ajustes e criatividade, qualquer amador se torna agressor de narrativas oficiais, documentando em tempo real lutas por moradia e justiça social.